domingo, 16 de dezembro de 2007

A MALDIÇAO LANÇADA POR PELOPS PARTE I



Laio era filho de LABDACO, rei de Tebas. Quando seu pai foi morto ele era muito pequeno e o reino foi entregue a Lico. Quando Anfion (filho de Zeus e da princeza Antiope) e Zeto mataram Lico e se apossaram do trono, Laio foi mandado para a Frigia onde foi criado na corte do rei Pelops. Quando cresceu se enamorou de Crisipo filho de Pelops e para que o rei não desconfiasse, roubou seu namorado e levou-o para Tebas. Onde pretendia recuperar o seu trono. Furioso com a traição Pelops perseguiu a dupla, porem Crisipo com medo das reações do seu pai se suicidou. Furioso com a morte do seu filho, Pelops culpou Laio e lançou sobre ele uma maldição: se tivesse um filho, seria morto pelo próprio e sua descendência sofreria conseqüências trágicas.
Após a morte de Crisipo, Laio continuou morando em Tebas, onde conheceu Jocasta, irmã de Creonte e posteriormente se casou com ela. Com a morte de Anfião e Zeto, Laio foi chamado pelos cidadãos a assumir o trono e, assim, a conhecida dinastia Labdacida foi reconduzida ao poder. Por causa da maldição, tentou evitar ter filhos e, quando nasceu o primogênito, mandou furar-lhe os pés e abandoná-lo no Monte Citerão . Mas o bebê acabou recolhido por um pastor e batizado como Edipodos (o de pés furado). Mais tarde a criança foi encontrada e recolhida por um pastor que a entregou ao rei Pólibo e a sua esposa a rainha Peribeia, que reinavam numa cidade vizinha chamada Corinto e o educaram como seu próprio filho.
Quando atingiu a maioridade, Édipo dirigiu-se a Delfos, onde o oráculo lhe revelou que ele iria matar o seu pai e desposar a sua mãe. Lembram da maldiçao? Como ele achava que Pólibo e Peribeia eram os seus verdadeiros pais, decidiu não regressar à corte, para que não se cumprisse a previsao. Assim, resolveu partir para Tebas, mas quando abandonava a cidade, deparou com uma situação insólita. O seu carro ficou encurralado num cruzamento estreito, juntamente com outro veículo que se dirigia em sentido contrário. O condutor do outro veículo começou a insulta-lo. Edipo reagiu e matou os ocupantes do outro veiculo e entre estes um era Laio. Estava, assim, cumprida a primeira parte da maldição que Pelops lançara sobre Laio. Édipo continuou a sua viagem para Tebas e ao chegar á cidade, encontrou a Esfinge, monstro com busto de mulher e corpo de leoa, que tinha o costume de devorar os viajantes que não eram capazes de responder aos seus enigmas. Esta lhe colocou uma questão: "Qual é o ser que anda com quatro patas de manhã, com duas ao meio-dia e com três ao entardecer?" Édipo respondeu que era o homem que quando criança anda engatinhando (de quatro), depois como adulto e finalmente quando velho, anda apoiado num cajado.
A Esfinge, vencida, atirou-se de um penhasco e morreu. Os Tebanos, aliviados com a morte da esfinge, ofereceram-lhe o trono e a mão da rainha. A maldiçao continuava e a segunda parte da previsao do oraculo se acabava de confirmar. Sem saber, Édipo casara com sua propria mãe. Desta uniao, nasceram quatro filhos, dois rapazes, Etéocles e Polinices e duas raparigas, Antigona e Ismenia. Édipo ignorava completamente o seu destino, até que um dia a peste se abateu sobre o seu povo. A colheita estava morrendo nos campos e hortas, os animais não se reproduziam, as crianças estavam sempre doentes e as pessoas estavam sempre brigando e de mal humor, enquanto os deuses estavam surdos a todos os apelos. Creonte, irmão de Jocasta, foi consultar o Oráculo de Delfos e ao retornar disse que o Oráculo de Delfos ordenava que a maldição acabaria quando o assassino de Laio fosse trazido á justiça. Édipo, imediatamente e de maneira enérgica, tomou a tarefa de encontrá-lo, e como primeiro passo consultou o profeta cego Tirésias. Tirésias relutou em revelar a identidade do assassino. Como Édipo começou a falar que Tiresias estaria implicado na morte de Laio, entao o advinho falou: Você é o assassino. É dipo ficu muito enraivecido. Imaginou que seu cunhado Creonte estáva por trás de essa historia junto com Tirésias para assumir o trono. A sua fúria era tamanha que Creonte nada pode dizer para acalmá-lo. Jocasta tentou contornar a situação. È impossível que Édipo seja o assassino de Laio, diz ela, pois este foi morto numa encruzilhada de três estradas perto de Delfos. Antes que ela prosseguisse com a sua defesa, Edipo se lembrou daquele insólito acontecimento onde ele matara tres ocupantes de um veiculo. Prosseguindo em sua divagaçao, se achou extremamente parecido com um dos mortos, um senhor já de uma certa idade. Começa pois a pensar que ele era realmente o assassino de Laio e que este era seu pai que ele haveria de matar segundo a profecia. Restava apenas uma esperança, esta foi desfeita quando um mensageiro chega de Corinto com a notícia que Pólibo tinha morrido de morte natural. Édipo, que ainda acreditava ser filho de Polibo, viu cairem por terra as suas últimas esperanças, quando esse mesmo mensageiro lhe diz que ele não era filho de Polibo. Esse próprio mensageiro tinha recebido Édipo, então um bebê, das mãos de um pastor do Monte Citéron e o entregou a Pólibo. Diante de todo este relato e ainda aterrorizada Jocasta tenta em vão persuadi-lo a parar com a investigação, Edipo, agora já com a pulga atras da orelha, persiste nos seus esforços para descobrir o mistério e ordena que o pastor de Laio, agora um velho, seja trazido a sua presença. Por uma casualidade do destino, este homem era também a única testemunha ainda viva da morte de Laio. Quando finalmente apareceu, o homem admitiu que tomou o filho de Laio e com pena o entregou ao pastor de Pólibo, ao invés de o deixar morrer. Esta criança era Édipo, que agora tinha sucedido seu pai no trono e no leito. Diante da situação não havia mais como deixar de acreditar que a profecia havia se cumprido. Naquele momento, envergonhada Jocasta retirou-se para o seu aposento onde se suicidou e Édipo furou os próprios olhos e abandonou Tebas, deixando seu cunhado Creonte como regente. Edipo foi para Colona, perto de Atenas, onde foi acolhido por Teseu.
Édipo morreu misteriosamente num bosque sagrado e converteu-se em herói protetor da Ática. Estava assim se cumprindo a maldiçao de Pelops que haveria de continuar com todos os descendentes de Laio. Hoje ficamos por aqui, mas nao pense que acabou. Vai ter o segundo tempo. Aguarde!

Antonio Gomes Lacerda

Nenhum comentário: