sábado, 15 de dezembro de 2007

Bacanais


Eram as festas em homenagem a Baco, deus do vinho. Inicialmente eram festas religiosas, depois acabaram ganhando a conotaçao que hoje todos conhecemos. Baco era o nome romano de Dionisio, filho de Zeus e de Sêmele. Essas festas chegaram à Roma através da Etruria, levadas pela sacerdotisa Paculla Annia. Inicialmente eram frequentadas apenas por mulheres e aconteciam três vezes por ano. Foi Paculla quem sugeriu inclusão de os homens e ainda que as mesmas fossem realizadas cinco vezes por mês. Como codigo de honra as orgias eram praticadas em ambientes privativos aos chamados iniciados que tinham o dever de guardar segredo sobre tudo que ali acontecia. Esses segredos só viriam a ser revelados muito tempo depois por Esbutius, um iniciado que obteve todas as informaçoes de sua amante de nome Fescenia. As festas aconteciam no bosque sagrado de Simila, proximo a Roma. O preceito mais cultuado dentre os praticantes é que ali nada poderia ser impedido em nome da moral. Nessas festas acontecia tudo o que é coisa ruim, orgias, crimes comuns e políticos, entre outros. As coisas chegaram a tal ponto que um decreto do senado, em 186 a.C., proibiu as bacanais em toda a Itália. As bacanais foram proibidas, com severas penalidades, entre estas a pena capital. Todas as províncias foram proibidas de celebrar bacanais. Apesar de tudo, tinha um jeitinho, e nao era brasileiro. Quem quisesse fazer um bacanal, ia até Roma, fazia um requerimento ao pretor da cidade e aguardava a permissão do Senado. Essa permissao só era valida se fosse analisada em sessão com a presença de pelo menos 100 senadores. A história nao conta, mas provavelmente, dava-se uma propina para alguém e tudo se resolvia. Além disso, não se permitia bacanal com mais de cinco pessoas: dois homens e três mulheres. Mesmo com essas restriçoes, continuavam as celebraçoes em homenagem a Baco, em bacanais clandestinas. O número de adeptos de essas festas cresceu tanto que, no ano de 184 a.C., em Tarento, e em 181, na Apúlia, o povo promoveu uma rebelião para restaurar o direito de celebrar as bacanais. Mesmo nao tendo sido restaurado, a festa atravessou séculos e fronteiras, chegando até os dias de hoje, em todo o mundo. Hoje bacanal é sinonimo não só de orgia sexual, mas também de outras orgias, vide a que se faz com o dinheiro público, no Brasil.
Antonio Gomes Lacerda

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