quarta-feira, 28 de novembro de 2007

O mito da criaçao


Provavelmente voce já conhece a historia da criaçao do homem e dos animais, através da biblia. Hoje eu vou lhe contar essa mesma historia de uma maneira diferente. De acordo com a mitologia grega, estavam os deuses no Olimpo, cheios de poder, comendo ambrosia e tomando nectar (a bebida dos deuses) na maior das felicidades, salvo algumas briguinhas entre eles resultado do ciume que até mesmo entre os deuses existia. Embora tudo parecesse bom, eles sentiam que algo faltava no Olimpo. Não demorou muito para que descobrissem. Faltavam ali, criaturas mortais. Uma vez descoberto o problema, o que fizeram os deuses? Moldaram essas criaturas, do barro. A palavra latina homem está ligada a humus (terra) e os gregos acreditavam que uma centelha divina de imortalidade percorria toda a Terra. Depois de moldadas todas as especies, escolheram Prometeu e Epimeteu e lhes deram a funçao de distribuir as qualidades que cada especie deveria ter para que lhes fosse garantida a sua sobrevivencia. Os dois começaram a tarefa, porem antes surgiu a discussão: Quem ficaria encarregado de fazer tal distribuiçao? Epimeteu? Prometeu? ou os dois simultaneamente? Depois de alguma discussão ficou acertado que a tarefa ficaria a cargo de Epimeteu enquanto que Prometeu ficaria como supervisor e eventualmente faria o que por ventura não tivesse sido feito, mas que fosse relevante para a sobrevivencia das criaturas. Tudo acertado, Epimeteu começou a distribuir á cada espécie as qualidades que ele julgava necessárias para sua sobrevivência. Umas espécies tinham fisico avantajado, outras diminutas, umas tinham velocidade outras não. Umas andavam, outras voavam e assim foi feito. Essas virtudes mais tarde seriam usadas como ferramentas necessárias à sobrevivência de cada espécie. Tambem ficou decidido que algumas espécies seriam presas, enquanto outras seriam predadoras. As presas se reproduziriam muito mais rapidamente enquanto que os predadores se reproduziriam mais lentamente para que se tivesse o necessário equilíbrio. Depois Epimeteu equipou a cada uma de essas espécies de modo tal a que elas resistissem aos efeitos da natureza. Por exemplo, frio, calor, inverno etc. Por último determinou o que cada uma deveria comer, de acordo com a sua constituição: ervas, frutos, raízes e carne. As que comiam carne, se reproduziriam menos do que as herbívoras ao passo que estas se reproduziriam com muito maior velocidade e em maior quantidade. Quando Epimeteu achou que a sua tarefa já estava completa, chamou Prometeu para mostrar a sua obra. Prometeu ao examinar a criação levou um tremendo susto. Epimeteu era meio burrinho, Distribuiu as diversas qualidades a todas as demais criaturas e se esqueceu do homem. O homem ficou ferradinho. Prometeu falou: e agora? O que é que eu vou fazer? Estes serão presas faceis das outras criaturas e da natureza, portanto não sobreviverão. Uma idéia logo veio á sua mente. Correu até a casa de Hefesto (filho de Zeus e de Hera) e roubou o fogo. Foi à casa de Atena (filha de zeus e de Metis) e lá roubou a sabedoria. Ao voltar, deu a sabedoria ao homem ao mesmo tempo em que lhe ensinava como obter e como manejar o fogo em seu próprio proveito. Veja você que o roubo já acompanha o homem desde a epoca do descobrimento do Brasil. Não sei porque falei isso. Não tem nada a ver. Aqui não temos esse tipo de coisa, pelo menos eu nunca vi, não ouvi dizer não sei de nada. Voltemos à nossa prosa, falando serio como eu costumo falar. Muitos atribuem o culto aos deuses como uma forma de retribuição a esses mesmos deuses pelo dom da sabedoria e do uso do fogo que lhes fora roubado. Quando entregou o fogo e a inteligencia ao homem, Prometeu ficou satisfeito, mas sabia que ainda estava faltando alguma coisa para o homem. Era o saber político que estava guardado na casa de Zeus e da qual não poderia sair, visto que a casa estava fortemente vigiada. Infelizmente não havia mais tempo, eles tinham um prazo. Finalmente era chegada a hora em que todas as criaturas deveriam ser apresentadas aos deuses e lá estavam eles. Ao emergirem da terra, todas as criaturas foram apresentadas aos deuses que fizeram a maior festa, Zeus já deu uma sacada nas mulheres (era o maior pegador) e em seguida cada uma foi para o seu canto viver a sua vida. Não demorou muito aos homens usarem a sabedoria roubada de Atena para desenvolverem a linguagem, construíram casas e roupas e procuraram alimentos. Usaram o fogo para preparar alimentos, se aquecerem do frio e etc. porém, não tendo habilidade política, logo começaram as divergencias e dali as guerras. Onde todos lutavam contra todos pondo em risco a sobrevivencia da especie. Começava ali, “O homem é o lobo do proprio homem”. Zeus que havia gostado da espécie já que tinha a sua imagem e semelhança, ficou preocupado com a sua sobrevivência. Para contornar a situação, escolheu seu filho e mensageiro dos deuses, Hermes, para levar aos homens, o respeito e a justiça, objetos da arte politica, que iriam garantir a preservação da espécie. Antes de partir, Hermes (filho de Zeus e de Maia, um tremendo ladrão, no dia em que nasceu roubou cinquenta bois de seu irmao, Apolo) perguntou ao pai. De que modo devo distribuí-los, já que inteligência, força, velocidade e as demais haviam sido distribuídas aleatoriamente? Entre todos e eqüitativamente pois as cidades não podem ser formadas se todos não tiverem tais virtudes, como acontece com as outras artes. E disse mais: faça da minha ordem uma lei. Quem não puder participar do respeito e da justiça será condenado à morte como uma praga pública. Respondeu Zeus! Prontamente, depois de ouvir o seu pai, Hermes levou e distribuiu entre os homens o respeito e a justiça. Essas duas últimas qualidades juntas com as demais fizeram do homem, a obra maior da criaçao. Está terminada, pois a versao que eu lhes queria contar. Por causa do roubo do fogo e da sabedoria, segundo algumas versoes, Zeus mais tarde castigaria Prometeu, mas isto já é assunto para um outro dia.
Antonio Gomes Lacerda

Nenhum comentário: