TEXTO FEITO EM CONJUNTO POR PROFESSOR E ALUNA ACERCA DO QUE PRECISAMOS PARA EVOLUIR: ATITUDE!
“Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há aqueles que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém há os que lutam toda a vida: esses são os imprescindíveis.”
(Bertolt Brecht, poeta e dramaturgo alemão)
“Bem-aventurados sejam aqueles que amam esta desordem/ Nós viemos a reboque/ Este mundo é um grande choque/ Mas não somos deste imundo/ De cidades em torrente/ De pessoas em corrente...”
(Álvaro, Bruno, Coelho,, Miguel e Sheik – Biquini Cavadão – na música “Múmias”)
Estamos aqui nesse mundo para evoluir, concorda? Mas será isso ainda possível, numa sociedade condenada ao visual, em que só o que importa é a superficialidade? Temos tempo ainda para pensar, analisar e refletir? É possível evoluir sem isso?
Aos alunos e amigos que vivem nos perguntando de onde sai tanta inspiração para escrever os nossos textos, tantas ideias, vivemos cantando um trecho de uma música da banda de rock Titãs: “As ideias estão no chão, você tropeça e acha a solução”. E dizendo isso, um deles completou com esta pérola de uma dessas duplas breganejas aí: “Nóis trupica, mas não cai!” Pois é... Como diz o cantor norte-americano James Taylor: “O segredo da vida é desfrutar o tempo que está a passar”. E o tempo não para, amigo/a, portanto, viva intensamente, mesmo que se arrependa depois. O escritor Luis Fernando Verissimo, numa entrevista disse que “a gente se arrepende, de um jeito ou de outro, do que fez, do que não fez ou do que poderia ter feito melhor.” Mas enfim, importa o que estamos fazendo agora! Estamos evoluindo? Por que viver remoendo o passado? Porque não seguimos esse conselho do filósofo inglês Bertrand Russell: “Por que cometer erros antigos se há tantos erros novos para escolher?”
É tão fácil reclamar de tudo, difícil é ir em busca de soluções... Reflexão e ação: são o que falta na vida de muitas pessoas. Nos acostumamos com a inércia, a ser sempre o coitado, pois é mais seguro. Corremos menos riscos de sermos frustrados, de apostar e estar errado... Não queremos sentir dor, pois tudo é muito amargo! O melhor mesmo é não arriscar. Será essa a melhor atitude? Ter compromisso é isso?
Publicamos, certa vez, num informativo, esse poeminha, de um autor ignorado: “O que temo é a acomodação de ideias e ideais/ De buscas e encontros/ A persistência pelo tradicional e a preguiça de inovar.” A grande maioria de nós, jovens, vive reclamando da falta de espaço, sem voz. Vivemos impotentes e à espera de uma oportunidade para desabafar. Mas agora chegou a nossa vez! A nossa hora!
É preciso ser contra, ir de encontro a esse sistema social excludente. Vivemos numa democracia, mas um dos pressupostos para a vida democrática é a cidadania, e cidadania significa ser radicalmente democrático. Algumas pessoas não gostam da palavra radical, mas radical deriva de raiz. A ideia é: tomar as coisas pela raiz, se apoderar do conhecimento, agindo com consciência em tudo aquilo que se faz. É preciso ter vontade! Reflitamos no que escreveu o Augusto Cury: “A maioria dos estudantes ficam vinte anos da pré-escola à pós-graduação sem nunca ter construído uma ideia própria, sem ter suas próprias opiniões e sem ter coragem de pensar diferentemente de seus pares. Criticamos a juventude alemã seduzida por Hitler na primeira metade do século XX a cometer atrocidades contra minorias como judeus, ciganos e homossexuais, mas não temos consciência de que o sistema social está silenciando a juventude mundial neste século.”
É preciso ter atitude! É preciso protestar, ir de encontro ao assassinato, à morte da nossa cultura – se é que ainda a temos... Então, a primeira regra seria: nunca votar num idiota, pois outros podem ter a mesma ideia, aí... Vamos à luta! Chegou a nossa hora! Vamos descruzar os braços, vamos nos mobilizar, tomar as ruas, praças, os prédios e as mentes com nossas reivindicações! É como lembrou o saudoso Chico Science uma vez, “eu me organizando, posso desorganizar!”, entende? E nós concordamos também com o filósofo italiano Antonio Gramsci: “Existem duas coisas que odeio nas pessoas: a indiferença e a preguiça.”
O ser humano pertence ao sistema. Sem identidade e sem documentos, não é possível viver nessa sociedade capitalista. O filósofo iluminista Jean-Jacques Rousseau dizia que o homem nasce bom, e a sociedade o corrompia. Nos dias de hoje, Rousseau precisaria de fato corrigir o seu lema: o homem nasce com seus insitintos, e a sociedade o educa ou aprisiona. O ser humano se tornou predador de si mesmo. Como disse a nossa colega Milene Barbosa, por e-mail: “Por querermos estar sempre certos de tudo, nos faz parar para refletir, e verificarmos que não estamos tão certos assim...” Com certeza seremos mais felizes a partir do momento que oferecermos a “cara para bater!” Encarar os medos sem preconceitos, afinal os “prés” frustram os “prós” e isso é tudo o que não queremos, se realmente desejamos mudar alguma coisa na história do nosso país! Você pode escolher quem quer ser hoje: se o coitado ou aquele que foi à luta. E se não conseguiu mudar alguma coisa, pelo menos tentou, e não ficou aí parado “bobo olhando, batendo palma pro diabo!” ou “com a boca escancarada, cheia de dentes, esperando a morte chegar”, como diz o Raul naquela música famosa.
Lembre-se: atitude é tudo!! Nós estamos partindo para a luta!! E você, não sabe por onde começar? Que tal votando direito? Ou seguindo o conselho/chamado do Gabriel O Pensador e dos seus amigos Tiago Mocotó e Itaal Shur na música “Até Quando?”: “Não adianta olhar pro céu com muita fé e pouca luta/ Levanta aí que você tem muito protesto pra fazer, e muita greve/ Você pode, você deve, pode crer!!”
REFERÊNCIAS
CURY, Augusto. O vendedor de sonhos e a revolução dos anônimos. – são Paulo: Editora Academia de Inteligência, 2009.
DVD Biquini Cavadão Ao Vivo. Deckdisc, 2004.
DVD Gabriel O Pensador Ao Vivo Mtv, Sony/BMG, 2002.
(Márcio Melo e Noemy Mel - professor de História do Brasil e aluna na Faculdade Cenecista de Senhor do Bonfim – Bahia, maio e junho/2010)
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