sábado, 22 de maio de 2010

Um dia para jamais ser esquecido. Vivemos horas de terror!


Por ocasião do aniversário da cidade de Itaborái (177 anos) comemorados no dia 22 de maio de 2010, vivemos horas de terror. Como é do conhecimento da maioria da população, um lixão esta prestes a se instalar na cidade.

Dizem os donos do empreendimento que é um centro de tratamento de residuos. Não temos porque duvidar de que realmente o seja.

Todavia, desde que o empreendimento foi anunciado e a população tomou conhecimento, ele passou a ser chamado de lixão. Não que não saibamos a diferença entre uma coisa e outra. O termo lixão, aqui empregado, refere-se ao aumentativo de lixo. Muito lixo.

Nós queremos um CTR para a cidade, só que para tratar o nosso lixo, apenas. Por que vamos tratar o lixo de outros municipios?

Os demais municipios pagarão para depositar o lixo e para trazê-lo para cá e ainda acham que é vantajoso, noutras palavras eles pagam para se livrar dos seus lixos, será que todos eles são tolos e só nós somos espertos? Por que o Presidente Lula não deixou que os ingleses depositassem no Brasil o seu lixo? O presidente não sabe o quão é vantajoso tratar do lixo alheio?

Um rio de mentiras invadiu a cidade para nos convencer da vantagem trazida pelo lixo. A firma, dona do empreendimento, levou muita gente, de avião, para conhecer um outro empreendimento que ela têm em Paulinia. Muitas pesoas tiveram oportunidade de viajar de avião e ainda por cima de graça. Muitas consciências foram compradas e muitas vozes caladas.

Passado os primeiros meses, ainda que de maneira muito lenta, a população tem reagido a implantação do mesmo, principalmente os estudantes. Foi por isso que aproveitando o aniversario da cidade, alguns movimentos, que se posicionaram contra o mesmo, organizaram uma passeata cujo objetivo era manifestar a sua indignação, direito garantido pela constituição federal.

Sabedor do movimento e de suas intenções, o governo (prefeito e sua equipe) montou um esquema para impedir a manifestação. Os manifestantes ficaram acuados em frente ao esporte Clube comercial, cercados que foram pela PM e pela guarda municipal, sempre em posição de ataque. Como se não bastasse, foi mandado para lá um grupo de funcionarios da prefeitura devidamente uniformizados, todos fortes e com cara de poucos amigos. Até a policia federal apareceu.

Nos sentimos verdadeiros marginais, cercados por todos os lados.

Mesmo diante das ameaças que pairavam sobre nós, ali permanecemos até quase as 14 horas quando iniciamos o nosso desfile sempre seguidos de perto pela guarda municipal e seu comandante.

Antes de começarmos, tivemos o desprazer de recebermos a visita do secretário de governo que de dedo em riste e tom de voz bastante alterado ameaçava a nossa passagem. Parecia inclusive que ele era o dono da rua.

Provavelmente, se não fosse a intervenção do veredor Deoclecio Machado, que falou firme com o poderoso secretario, não teriamos desfilado e mostrado a nossa indignação.

O prefeito fez de tudo para impedir o nosso direito de ir e vir assim como também o direito de manifestação do pensamento. A constituição federal foi rasgada diante da prepotência e arrogância do prefeito, dono da cidade.

Anteriormente algumas pessoas nos diziam que tinham vontade de participar das manifestações, mas que temiam as represálias, não acreditávamos . Hoje constatamos que esssas pessoas têm razão.

Democracia, aqui nem pensar, só se for para bajular o governo!

O nosso direito de ir e vir nos foi negado assim como o direito à expressão do pensamento. Fomos humilhados e tivemos os nossos direitos de cidadão subtraidos por um governo de déspotas. O homem que aí está no governo é muito diferente do homem cordato e manso que pedia votos para se eleger prefeito.


Antonio Gomes Lacerda

Nenhum comentário: