Por ocasião do aniversário da cidade de Itaborái (177 anos) comemorados no dia 22 de maio de 2010, vivemos horas de terror. Como é do conhecimento da maioria da população, um lixão esta prestes a se instalar na cidade.
Dizem os donos do empreendimento que é um centro de tratamento de residuos. Não temos porque duvidar de que realmente o seja.
Todavia, desde que o empreendimento foi anunciado e a população tomou conhecimento, ele passou a ser chamado de lixão. Não que não saibamos a diferença entre uma coisa e outra. O termo lixão, aqui empregado, refere-se ao aumentativo de lixo. Muito lixo.
Nós queremos um CTR para a cidade, só que para tratar o nosso lixo, apenas. Por que vamos tratar o lixo de outros municipios?
Os demais municipios pagarão para depositar o lixo e para trazê-lo para cá e ainda acham que é vantajoso, noutras palavras eles pagam para se livrar dos seus lixos, será que todos eles são tolos e só nós somos espertos? Por que o Presidente Lula não deixou que os ingleses depositassem no Brasil o seu lixo? O presidente não sabe o quão é vantajoso tratar do lixo alheio?
Um rio de mentiras invadiu a cidade para nos convencer da vantagem trazida pelo lixo. A firma, dona do empreendimento, levou muita gente, de avião, para conhecer um outro empreendimento que ela têm em Paulinia. Muitas pesoas tiveram oportunidade de viajar de avião e ainda por cima de graça. Muitas consciências foram compradas e muitas vozes caladas.
Passado os primeiros meses, ainda que de maneira muito lenta, a população tem reagido a implantação do mesmo, principalmente os estudantes. Foi por isso que aproveitando o aniversario da cidade, alguns movimentos, que se posicionaram contra o mesmo, organizaram uma passeata cujo objetivo era manifestar a sua indignação, direito garantido pela constituição federal.
Sabedor do movimento e de suas intenções, o governo (prefeito e sua equipe) montou um esquema para impedir a manifestação. Os manifestantes ficaram acuados em frente ao esporte Clube comercial, cercados que foram pela PM e pela guarda municipal, sempre em posição de ataque. Como se não bastasse, foi mandado para lá um grupo de funcionarios da prefeitura devidamente uniformizados, todos fortes e com cara de poucos amigos. Até a policia federal apareceu.
Nos sentimos verdadeiros marginais, cercados por todos os lados.
Mesmo diante das ameaças que pairavam sobre nós, ali permanecemos até quase as 14 horas quando iniciamos o nosso desfile sempre seguidos de perto pela guarda municipal e seu comandante.
Antes de começarmos, tivemos o desprazer de recebermos a visita do secretário de governo que de dedo em riste e tom de voz bastante alterado ameaçava a nossa passagem. Parecia inclusive que ele era o dono da rua.
Provavelmente, se não fosse a intervenção do veredor Deoclecio Machado, que falou firme com o poderoso secretario, não teriamos desfilado e mostrado a nossa indignação.
O prefeito fez de tudo para impedir o nosso direito de ir e vir assim como também o direito de manifestação do pensamento. A constituição federal foi rasgada diante da prepotência e arrogância do prefeito, dono da cidade.
Anteriormente algumas pessoas nos diziam que tinham vontade de participar das manifestações, mas que temiam as represálias, não acreditávamos . Hoje constatamos que esssas pessoas têm razão.
Democracia, aqui nem pensar, só se for para bajular o governo!
O nosso direito de ir e vir nos foi negado assim como o direito à expressão do pensamento. Fomos humilhados e tivemos os nossos direitos de cidadão subtraidos por um governo de déspotas. O homem que aí está no governo é muito diferente do homem cordato e manso que pedia votos para se eleger prefeito.
Antonio Gomes Lacerda
Nenhum comentário:
Postar um comentário