Publicado em 01/05/2009
Numa prova de que o Brasil dá banho nos países concorrentes quando o assunto é exploração de petróleo em águas profundas, o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), desenvolveu tecnologias para testar equipamentos e materiais para a indústria petrolífera, com ênfase nos que serão utilizados na exploração das camadas do pré-sal.
A inauguração do núcleo, chamado Laboratório de Ensaios não Destrutivos, Corrosão e Soldagem (LNDC), ontem pela manhã, com a participação do governador Sérgio Cabral e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva é a prova de que o Estado é o centro cultural, científico e tecnológico do país.
Cabral e Lula visitaram as instalações do laboratório e viram a simulação de um ensaio não destrutivo, com o uso de um robô e técnica de ultrassom para inspeção de um casco de navio dentro d’água.
"O presidente Lula passa um dia no Rio cumprindo uma agenda que é a marca deste Estado, começando aqui, nesta Cidade Universitária, que é referência na área da educação e da ciência e é orgulho para toda a América Latina, onde grande parte da inteligência brasileira se encontra e representa uma significativa contribuição para o desenvolvimento do país", exaltou Cabral.
Lula, por sua vez, falou que, mesmo sendo o primeiro presidente da República sem curso superior, foi quem mais investiu em educação no país. O presidente atribui à falta de conhecimento acadêmico, uma facilidade maior para tomar decisões neste sentido por "estar livre de preconceito e de disputas acadêmicas".
"A única coisa que tenho claro é que este país não será uma grande nação se não investir na educação, em ciência e pesquisa. Como tenho clareza que os pesquisadores não podem engavetar seus conhecimentos para debates intelectuais, mas transformar o resultado das pesquisas em produto que possa ser usado por empresas e gerar oportunidades de riqueza para quem quer trabalhar nesse país. E isso, como mostra a Coppe, está mudando", enfatizou Lula.
A unidade conta com sete câmaras especiais para ensaios com ácido sulfídrico e gás carbônico, principais vilões da indústria de extração do petróleo, em altas pressões e temperaturas. Além da indústria do petróleo, também poderão ser beneficiados pela atuação do laboratório, segmentos industriais das áreas de siderurgia, automotiva e nuclear.
Tecnologia e inovação
O laboratório se destaca entre os mais modernos do mundo e é o único em que as três áreas de conhecimento no campo da produção petrolífera estão integradas num mesmo local. A construção e aparelhamento do laboratório, que custaram cerca de R$ 40 milhões, foram financiados pela Petrobras, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e o Fundo CT-Petro, através da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério de Ciência e Tecnologia.
A unidade tem dois grandes tanques – um com água e outro seco. No primeiro serão realizados ensaios fundamentais para testar a integridade de equipamentos que entrarão em operação nos campos de petróleo, incluindo a camada de pré-sal em profundidades de até sete mil metros abaixo do nível do mar, cuja pressão é de até 700 vezes maior que a do ambiente externo.
No tanque seco serão feitos ensaios para detectar danos internos nos equipamentos e materiais através do uso de raios gama e raios X e um acelerador de partícula nuclear, o único no país que permite a inspeção de grandes equipamentos do setor petrolífero sem danificá-los.
O Fluminense
sábado, 2 de maio de 2009
Rio ganha reforço para pré-sal
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário