terça-feira, 5 de maio de 2009

Crítica brasileira a discurso de Ahmadinejad irritou Irã

terça-feira, 5 de maio de 2009, 07:48 Online

AE - Agencia Estado

GENEBRA - O mal-estar diplomático entre Brasil e Irã ficou claro durante a cúpula contra o racismo mantida no mês passado, em Genebra, depois de a delegação brasileira ter emitido uma nota na qual repudiava o discurso do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, feito na abertura do evento - no qual ele acusou Israel de ser uma ?entidade racista?, questionou o Holocausto, o Ocidente e os Estados Unidos. Depois da nota em que o Itamaraty afirmou discordar das posições de Ahmadinejad, a diplomacia iraniana acusou o Brasil de ?ceder à pressão das potências ocidentais?.

?Não promovemos o ódio, não citamos nenhum país nem acusamos ninguém?, afirmou Hussein Rezvani, um dos principais negociadores da chancelaria iraniana. ?Os comentários (da missão brasileira) não são um bom sinal diante da visita (de Ahmadinejad)?, disse. A cúpula deixou clara a dificuldade dos diplomatas estrangeiros em moderar a retórica de Ahmadinejad. Há duas semanas, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, o qualificou de ?imprevisível?. Ban se surpreendeu com o discurso de abertura da conferência de Genebra. Naquele mesmo dia, o sul-coreano havia se reunido com Ahmadinejad por 75 minutos, para pedir a ele que mantivesse a moderação. O iraniano prometeu que seguiria a orientação.

Uma hora depois, ao subir no pódio, Ahmadinejad tomou um caminho totalmente contrário. O discurso, em uma conferência que deveria promover a tolerância, foi duramente criticado por governos em todo o mundo. Ban ainda abandonou sua diplomacia habitual e emitiu um comunicado criticando o iraniano por estar promovendo o ódio. Mais tarde, afirmou a jornalistas que ficou muito surpreso com o comportamento de Ahmadinejad. Mas a América Latina ainda está dividida em relação ao episódio. Cuba reuniu-se com a cúpula da ONU para criticar a entidade pela forma como Ahmadinejad foi tratado. República Dominicana, Venezuela, Bolívia e outros países também aderiram à queixa.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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