Queixa da empresa brasileira refere-se ao financiamento a ser feito pelo governo japonês
08.04.2009 - 17:28
A Embraer prepara-se para uma nova batalha internacional, que guarda semelhanças com o episódio Bombardier. A companhia está reunindo munição para entrar com uma representação contra a Mitsubishi na Organização Mundial do Comércio (OMC).
O motivo do contencioso é o projeto que os japoneses estão tocando para a fabricação de um modelo de jato de 95 assentos, com lançamento previsto para 2013. O governo japonês vai financiar quase que integralmente os custos para o desenvolvimento da aeronave, no valor de US$ 1,2 bilhão.
Para a Embraer, trata-se de um caso típico de subsídio, feito já na raiz. Mais do que isso: segundo informações obtidas pela empresa brasileira, a Mitsubishi já procurou companhias aéreas internacionais, notadamente na Ásia, prometendo farto crédito do governo do Japão para os contratos de compra das aeronaves.
O novo avião da Mitsubishi é um tiro na femoral da Embraer. O jato bate de frente justamente com o seu modelo de maior força comercial, o EMB 190, que pode ser configurado para receber de 98 a 114 assentos. Em 2008, a companhia de São José dos Campos entregou 78 unidades deste modelo, o equivalente a 38% de todos os pedidos consumados ao longo do ano. Sozinho, o EMB 190 foi responsável por quase metade da carteira de aviação comercial.
O mais inusitado é que a própria Bombardier, derrotada pela Embraer em um processo semelhante na OMC, pode surgir neste novo imbroglio como um aliado da empresa brasileira. Há gestões diplomáticas entre os dois países para que a empresa canadense apoie a Embraer na corte internacional. O projeto da Mitsubishi e os subsídios do governo japonês também afetam frontalmente os interesses comerciais da Bombardier.
Extraído de: http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/47001_48000/47898-1.html
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