terça-feira, 21 de outubro de 2008

Arrecadação federal beira R$ 500 bilhões e bate recorde até setembro


Crescimento real sobre 2007 foi de 10%, ou R$ 46,5 bilhões.
Recorde veio sem CPMF, mas com IOF maior, e indica aumento da carga.

Alexandro Martello
Do G1, em Brasília
Em meio à crise financeira, a arrecadação de impostos e contribuições federais, o que inclui as demais receitas (royalties e concessões, entre outros) além da arrecadação previdenciária, exibiu força ao beirar a marca dos R$ 500 bilhões, segundo informou nesta terça-feira (21) a Secretaria da Receita Federal.



Em números exatos, a arrecadação totalizou R$ 499,22 bilhões de janeiro a setembro de 2008, o que representa um crescimento real, isto é, acima da inflação, de 10,08% sobre o mesmo período de 2007, ou R$ 46,5 bilhões. Também representa novo recorde histórico para os nove primeiros meses de um ano.



Sem CPMF, mas com IOF maior



O valor de aumento real da arrecadação neste ano, de R$ 46,5 bilhões, já ultrapassou o que o governo esperava arrecadar somente com a CPMF - derrubada pelo Congresso - em todo o ano de 2008 (R$ 40 bilhões).



Mesmo sem a CPMF, o governo pôde contar, neste ano, com uma arrecadação maior do IOF (Imposto Sobre Operações Financeiras) - uma vez que a alíquota do tributo foi elevada no início de 2008 para compensar justamente a perda da CPMF. Em maio, com início do recolhimento em junho, também passou a valer o aumento da CSLL dos bancos de 9% para 15%.

No acumulado de janeiro a setembro deste ano, o IOF arrecadou R$ 15,29 bilhões, contra R$ 6,08 bilhões em igual período do ano passado. Ou seja, um aumento real, acima da inflação, de 151%, ou R$ 9,21 bilhões.

A expectativa da Receita era de que o IOF maior trouxesse R$ 8,5 bilhões em arrecadação extra em 2008. Deste modo, até setembro, a previsão para todo este ano já foi atingida.

Já a CSLL dos bancos arrecadou R$ 4,52 bilhões de janeiro a setembro deste ano, contra R$ 4,33 bilhões em igual período do ano passado.



Carga tributária


Os números da arrecadação federal indicam que a carga tributária (arrecadação de impostos dividida pelo Produto Interno Bruto) estaria crescendo neste ano - uma vez que sobe bem acima da elevação de 5% a 5,5% estimada para o PIB de 2008. O próprio governo já admitiu que há uma tendência de crescimento para a carga tributária neste e nos próximos anos.



Razões para o crescimento


A Receita Federal informou que a arrecadação avançou de janeiro a setembro deste ano por conta, principalmente, de fatores relacionados ao crescimento da economia brasileira, que aumenta o volume de impostos pagos, além da ação do órgão no combate à sonegação de tributos.

O órgão avaliou que o maior crescimento da economia, por sua vez, gerou uma elevação de 13,5% nas vendas; da elevação de 21,2% no volume de vendas de automóveis; no crescimento de 6,5% da produção industrial no doze meses até agosto; do crescimento de 53,3% do valor em dólar das importações; além da elevação de 15,11% da massa salarial.

Esses fatores, que derivam do maior crescimento da economia brasileira, foram responsáveis pelo crescimento de 29,1% na arrecadação do Imposto de Importação; de 19,5% no IPI-Automóveis e de 14,3% no Imposto de Renda Pessoa Física e de 22,9% no IR das empresas. A arrecadação da Cofins, por sua vez, avançou 13,5% em termos reais e a receita previdenciária subiu 11,6%.



Mês de setembro



Somente no mês de setembro, a arrecadação federal, o que inclui as "demais receitas" e a arrecadação previdenciária, somou R$ 55,6 bilhões, o que também representa novo recorde histórico para este mês. Sobre setembro do ano passado, o crescimento real, acima da inflação, foi de 8,06%.
P.S. É um govewrno altamente competente na arrecadaçao de impostos.Infelizmente nao posso dizer a mesma coisa, quanto aos beneficios sentidos pela populaçao, frutos desses mesmos impostos.
Antonio Gomes Lacerda

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