quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Agripina Minor ou Agripina a jovem




Filha de Germânico e Agripina Major, pertencentes a uma importante família imperial romana, era bisneta do Imperador César Augusto, irmã de Calígula e cunhada de Tibério. Agripina nasceu durante uma campanha militar, já que sua mãe insistia em acompanhar o marido mesmo grávida. O nascimento ocorreu no acampamento de Oppidum Ubiorum nas margens do Reno da Germânia Inferior. Posteriormente o local veio a ser chamado, em sua honra, de Colônia Agrippinae. Hoje, corresponde á cidade de Colônia, uma das mais importantes da Alemanha.
Foi casada inicialmente com Gneu Domicio Aenobarbo, pertencente a uma família tradicional da aristocracia republicana, de quem teve um filho de nome Lucio Domicio Aenobarbo que mais tarde ficaria mundialmente conhecido como o Imperador Nero.
Com a morte do seu marido, casou-se com seu tio Cláudio que havia ficado viúvo da imperatriz Messalina. Não demorou muito e a inteligente Agripina se tornou conselheira do tio e agora marido sobre o qual tinha grande influência. Agripina convenceu o marido a adotar Nero como seu filho.
Cláudio concordou e nomeou o enteado e sobrinho-neto como sucessor, apesar de ter ele próprio um herdeiro, Britânico (seu filho e de Messalina). Posteriormente Cláudio viria a confessar em público o seu arrependimento por esta decisão que muito bem pode ter lhe custado a própria vida, pois segundo alguns ele foi envenenado por Agripina para que Nero assumisse o império. Com a morte de Cláudio, Nero assumiu o trono com apenas 17 anos de idade. Nos primeiros anos de governo, Agripina mandava e desmandava no governo, privilégios que desfrutava por ser mãe do imperador. Nero tinha por conselheiros Sêneca e Afrânio burrus que não suportaram as interferências de Agripina e como se diz hoje, jogaram a toalha.. A mulher era tão intragável que tempos depois foi a vez de Nero se fartar da companhia e das críticas ásperas de sua mãe que não se cansava de tripudiar, com razão das pretensões artísticas do filho. Nero se achava um grande artista. Por essas e outras razões, Agripina foi afastada da corte imperial e privada de todos os privilégios que até então mantinha. Não satisfeito com o afastamento da mãe, Nero tentou envenená-la três vezes, todavia como Agripina já estava acostumada com este estado de coisas, isso era rotina em sua família, ela tinha vários antídotos que livraram-na da morte. Sentindo-se frustrado nas suas primeiras tentativas, Nero teve a brilhante, para ele, idéia de mandar construir nos aposentos da mãe, um teto especialmente feito para desabar enquanto ela dormisse. Mais uma vez não teve êxito. Nero não desistia fácil e num plano mais audacioso mandou chamar a mãe à corte. No convite ele dizia tratar-se de uma reconciliação, e como meio de transporte marítimo enviou uma galera cerimonial. Essa galera que foi construída com um sistema de alavancas que permitiria o desabamento da cobertura durante a viagem e Agripina morreria esmagada. Acontece que os marinheiros que acionariam o dispositivo também morreriam e como naquela época não existiam kamikaze, o plano fracassou e mais uma vez Agripina frustrava as pretensões de seu filho. Derrotado em todos os seus planos, como ultima opção, Nero denunciou sua mãe ao Senado sob acusação de conspiradora. Feito isto mandou um destacamento da guarda pretoriana (encarregada de sua proteção pessoal) para matá-la. Diz a historia que nos minutos finais, vendo que não lhe restava nenhuma alternativa de vida, Agripina pediu aos soldados que a matassem esfaqueando-a na barriga que carregara tão monstruoso filho. Assim chegava ao fim a historia de mais um crime monstruoso na historia de Nero e da humanidade.


Antonio Gomes Lacerda


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