Uma das lendas conta que quando da criação dos mortais, Zeus teria ficado furioso com o roubo do fogo, cometido por Prometeu. Sendo assim urdiu uma vingança maligna contra o tal personagem. Mandou chamar Prometeu á sua presença e disse-lhe: “Filho de Jápeto, sobre todos hábil em tuas tramas, apraz-te furtar o fogo fraudando-me as entranhas; reservarei portanto, uma grande praga para ti e para os homens vindouros!Para esses em lugar do fogo eu darei um mal e todos se alegrarão no ânimo, mimando muito este mal”.
Dito isto, Zeus, o pai dos homens e dos deuses, reuniu vários deuses para confeccionar o presente que lhe seria dado. Hefestos moldou sua forma a partir de argila, Afrodite deu-lhe beleza, Apolo deu-lhe talento musical, Demeter ensinou-lhe a colheita, Atena deu-lhe habilidade manual, Poseidon deu-lhe um colar de pérolas e a certeza de não se afogar, Hermes a capacidade de mentir e persuadir. Zeus deu-lhe uma série de características pessoais e mais uma caixa que posteriormente ficaria conhecida como caixa de Pandora. Pronto estava ali a mulher.
Em seguida ela foi entregue a Prometeu, mas este muito esperto ou talvez por não gostar da fruta, deu-a ao seu irmão, Epimeteu (o que vê depois), com a recomendação que ele tivesse todo o cuidado com aquele presente, não no sentido de o preservar, mas de escapar de os males que este lhe poderia causar. Como foi dito anteriormente a mulher levava consigo uma caixa (em algumas versões, um jarro) e nessa caixa sem que ela soubesse estavam todos os dons maléficos que os deuses lhe deram. Epimeteu proibiu Pandora de abrir aquela caixa, todavia, um dia sem a presença do marido, ela não resistiu e a abriu e qual não foi a sua surpresa ao ver sair da caixa as doenças, as infelicidades e todos os males que os homens não conheciam até então. Apavorada, ela fechou a caixa que tinha lá dentro apenas a esperança que não teve tempo para fugir e portanto ficou condenada a morrer trancafiada na caixa. Desde esse dia os homens passaram a sofrer de todos os males que os acompanham até hoje, e os longos e despreocupados festins que tinham com os deuses nunca mais aconteceram. Apesar de tudo o homem segue confiante porque a única coisa que restou foi a esperança. Apesar de todos os pesares o homem continua feliz com o presente que lhe foi ofertado só ficando triste quando esperança é o nome de sua sogra.
Antonio Gomes Lacerda
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