quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Gastos do cartão da Presidência podem não ser divulgados

Gastos do cartão da Presidência podem não ser divulgados, diz Félix
Jorge Félix é o responsável pelos gastos feitos com segurança com o cartão corporativo.
'Estamos reavaliando as informações', disse.
GUSTAVO TOURINHO

Do G1, em Brasília
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O chefe do gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Jorge Félix, afirmou, nesta quarta-feira (6), que os gastos feitos no cartão corporativo da Presidência poderão não mais ser divulgados no Portal da Transparência. "Estamos reavaliando essas informações. Se elas trouxerem algum prejuízo ao presidente da República, elas não mais estarão presentes no Portal da Transparência."



Ele afirmou, ainda, que os gastos feitos com o cartão corporativo para a área de segurança de Lula foram realizados "exclusivamente" para a segurança do presidente.



Félix é o responsável pelos gastos feitos com o cartão corporativo da Presidência no que se refere à segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.



A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, explicou que o cartão corporativo não serve para pagar contas pessoais de quem o possui - altos funcionários do Poder Executivo. "Eu não posso comprar nada para mim com o cartão", advertiu.



Gastos
O jornal "Folha de S.Paulo" publicou no feriado de carnaval duas reportagens sobre compras irregulares com cartão de crédito. A primeira, no dia 4, dizia que o segurança particular de Lurian Cordeiro Lula da Silva, filha do presidente Lula, João Roberto Fernandes Júnior, que mora em Florianópolis, gastou mais de R$ 48 mil com o cartão corporativo de abril a dezembro de 2007.

Este ano, ele já gastou mais de R$ 6,3 mil. Ao todo, os gastos do segurança chegaram a R$ 55 mil. O cartão, que está em nome de João Roberto, é da Secretaria de Administração da Presidência da República.

O segurança fez compras com o cartão corporativo em supermercados, livrarias, lojas de material de construção e autopeças. A maior despesa de João Roberto foi no comércio de autopeças Badu. As diversas compras feitas no local somaram R$ 16,3 mil. Em outra loja, Phillip Automóveis, o gasto foi de R$ 4,6 mil.

A segunda reportagem, no dia seguinte, afirmava que ao menos dois seguranças que atendem a família do presidente em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, gastaram R$ 149,2 mil com cartões corporativos do governo nos últimos três anos.

Segundo a reportagem, as despesas foram destinadas a manutenção de veículos, materiais de construção, contas de churrascaria e equipamentos esportivos. Em três anos, teria havido saques de R$ 34,2 mil, despesas para as quais não há detalhamento.



Os cartões teriam pago R$ 3.450 em esteiras ergométricas, de acordo com o texto. A reportagem destaca gastos de R$ 960 nos dias 13 e 15 de junho de 2005 na “Churrascaria do Vavá”, em Santo André, datas nas quais, segundo o jornal, o presidente Lula estaria em Brasília.

As despesas são atribuídas aos servidores Luiz G. B. Aragão e José Benedito Costa. Os cartões deles estão vinculados à Secretaria de Administração da Presidência da República. O jornal cita ainda gastos de R$ 5.078,26, realizados nos meses de janeiro e fevereiro de 2007 em São Bernardo do Campo em nome Eduardo S. Barroso, que o jornal afirma não ter confirmado se também é segurança.



Diário Oficial da União
Para tentar diminuir os problemas com o uso dos cartões corporativos foi publicado nesta quarta-feira (6), no Diário Oficial da União (DOU), decreto que limita os saques a 30% do valor destinado a essas despesas emergenciais.



Ficam fora dessa regra a Presidência e a vice Presidência da República, alguns ministérios e a Policia Federal, por exemplo.

Um comentário:

Anônimo disse...

é uma farra só.