Roberto Prado
Ideli Salvatti não sabe colocar uma isca no anzol e imagina que samburá é um tipo de peixe. Virou ministra da Pesca para convalescer num empregão federal da surra sofrida nas urnas de Santa Catarina.
Aloízio Mercadante só domina a ciência da sabujice e seus conhecimentos tecnológicos são insuficientes para operar o twitter sem ajuda. Virou ministro da Ciência e Tecnologia por ter derrapado na candidatura reincidente ao governo de São Paulo.
Garibaldi Alves jamais estacionou numa fila do INSS e enxerga no Ministério da Previdência Social um abacaxi. Foi alojado no primeiro escalão para não atrapalhar a permanência de José Sarney no comando do Senado.
Edison Lobão não sabe a diferença entre uma tomada e um fusível, acha que raio provoca apagão e só viu as usinas de Angra a bordo de uma lancha. Oficialmente, o ministro de Minas e Energia é um senador maranhense que já foi governador. Na prática, quem está homiziado no gabinete controlado por José Sarney é Magro Velho, comparsa de Madre Superiora.
Fernando Pimentel nunca administrou uma empresa privada e só circulou por estabelecimentos comerciais como freguês. Ex-prefeito de Belo Horizonte, virou ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio para não ficar deprimido com o fracasso da candidatura a senador.
Fernando Haddad liderou duas tentativas de assassinato do Enem, de criar o malfadado "Kit Gay" e de ter a iluminada ideia de as escolas públicas ensinarem aos estudantes do primeiro grau o Português chulo, incorreto e repleto de erros.
Miriam Belchior aprendeu na Casa Civil, incumbida de administrar o PAC, como se faz para atrasar simultaneamente todas as obras do governo federal. Foi presenteada com o Ministério do Planejamento porque a viúva de Celso Daniel merece muita atenção.
Orlando Silva bateu o recorde panamericano de salto no orçamento nos Jogos de 2007. Continua no Ministério do Esporte para melhorar a marca na Copa do Mundo e garantir para o Brasil a medalha de ouro na Olimpíada de 2016.
Pedro Novais só conhece o circuito turístico dos motéis do Maranhão. Aos 80 anos, foi instalado por José Sarney no Ministério do Turismo para garantir que a República Dominicana continue recebendo a cada ano o dobro do número de estrangeiros que visitam o Brasil.
Alfredo Nascimento quase exterminou a malha rodoviária federal quando foi ministro dos Transportes de Lula. Derrotado na eleição para o governo do Amazonas, voltou ao cargo para liquidar o que sobrou.
Governar é escolher, sabe-se desde sempre. Essas 10 maravilhas da fauna do Planalto prestam serviços à nação por escolha de Dilma Rousseff, que logo estará cercada por 40 espantos. Todos serão expostos à visitação pública nos próximos posts. A oposição oficial diz estar à caça de temas e argumentos para fazer oposição. Pode começar pelo pior ministério da história da República.
Antonio Palocci perdeu a chance de candidatar-se à Presidência da República ou ao governo de São Paulo por ter-se enfiado até o pescoço em histórias muito mal contadas, começando pela encomenda do estupro do sigilo da conta bancária do caseiro Francenildo Costa. Pelo mesmo motivo, virou ministro-chefe da Casa Civil. Descobriu-se que ficou rico ilicitamente e se não fosse a enorme pressão da oposição teria permanecido no cargo, também sedenta por uma boquinha. A escolha de quem vai instalar-se no gabinete já ocupado por José Dirceu, Dilma Rousseff e Erenice Guerra é determinada não pelo peso do currículo, mas pelo colorido do prontuário.
Ana de Hollanda acha que Romero Britto é o Velázquez que o Brasil merece. Baseada em pareceres de mil comissões de especialistas, concluiu que é muito justo Maria Bethânia ganhar R$ 50 mil por mês para declamar um poema por dia. Virou ministra da Cultura porque é irmã do Chico.
Guido Mantega tem tanta coragem que, se vislumbrar um tsunami econômico avançando para as praias do Brasil, é capaz de escapar a nado e chegar à África em algumas horas. Continua ministro da Fazenda porque nem precisa de palavras para mentir. Bastam números.
Carlos Lupi não escaparia do camburão se a lei da vadiagem valesse para todos. Longe do batente há muitos anos, tornou-se ministro do Trabalho porque Leonel Brizola era freguês da banca de jornais que explorava no Rio, os dois ficaram amigos, Lupi herdou o PDT do Rio e, graças a um bom contrato de aluguel, acabou escalado para piorar a vida de quem trabalha.
José Eduardo Cardozo sempre usou seus conhecimentos de Direito para livrar da cadeia companheiros delinquentes. Foi instalado no Ministério da Justiça para ampliar o serviço sem suar tanto a camisa: como o ministro também chefia a Polícia Federal, é só impedir que o camburão estacione no lugar certo.
Nelson Jobim só subjugou sucuris de quartel, comandou carnavais fora de época fantasiado de general, almirante ou brigadeiro, foi ignorado por aviões e urubus quando decretou o fim dos atrasos nos pousos e decolagens de tudo que voasse. Continua no Ministério da Defesa por ter virado especialista em compra e venda de caças franceses.
Gilberto Carvalho carregou as malas de Lula durante oito anos. Escalado para cuidar da bagagem de Dilma, pediu que fosse promovido a secretário-geral da Presidência da República para transformar-se no primeiro carregador de malas do Brasil com status de ministro. Vai continuar acumulando a chefia do Departamento Nacional de Acobertamento de Crimes Hediondos, Obstrução da Justiça, Ocultação de Provas e Proteção aos Companheiros Delinquentes.
O Inferno está vazio, todos os demônios estão aqui ¨. (Gaiman e Pratchett)
Colaboração: Jairo felix - engenheiro
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