segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Márcio Melo, um cidadão que vai morrer tentando entender a política brasileira!

É aquela série que iniciamos em fevereiro, com o texto "PORQUE NÃO VOTAR EM JOSÉ SERRA"; na verdade, estamos na luta para entender a política brasileira... Até outubro, serão mais alguns textos, e até lá, quem sabe passemos a entender pelo menos 1%, não é mesmo? Espero que leia! A GENTE GOSTA MESMO É DA POLÊMICA!!FAVOR ACUSAR O RECEBIMENTO. CASO NÃO QUEIRA MAIS RECEBER OS MEUS TEXTOS, É SÓ AVISAR (SEM PERDER A CABEÇA, SEM PERDER A AMIZADE).

Abraço.

MM

SÉRIE ELEIÇÕES 2010 (4)

A SÍNDROME DO NOS DÊ MOTIVO

OU: À ESPERA DOS BÁRBAROS!

“Ética na política é coisa rara, qualquer que seja o partido.”

(Ferreira Gullar, poeta e ensaísta)

“[...] Por que subitamente esta inquietude?

(Que seriedade nas fisionomias!)

Por que tão rápido as ruas se esvaziam e todos

voltam para casa preocupados?

Porque é já noite, os bárbaros não vêm e

gente recém-chegada das fronteiras diz

que não há mais bárbaros.

Sem bárbaros o que seria de nós?

Ah! eles eram uma solução.”

(Konstantinos Kaváfis, À espera dos bárbaros, tradução de José Paulo Paes)

A cada dia, acreditamos mais nesse pensamento do poeta Ferreira Gullar. Quando vemos o PT sacrificando aliados para eleger Dilma presidente... Vale tudo pela continuação da governabilidade do PT! Dilma, aqui na Bahia, subirá em dois palanques: no de Jaques Wagner (PT) e no de Geddel (PMDB). Palanque duplo! Que se dane a ideologia! O que vale é ganhar a eleição! “Vale tudo/ Vale o que vier/ Só não vale dançar homem com homem, e nem mulher com mulher”, como canta o saudoso Tim Maia no meu som! Fazer o que, né? O vice dela não é o Michel Temer, do PMDB? São inimigos aqui na Bahia, só, ora bolas!

Segundo o jornalista Samuel Celestino, em artigo no jornal A Tarde, Dilma “soube entender os dois palanques que tem na Bahia, e dividi-lo politicamente”. No artigo, ele cita uma declaração da candidata: “Os dois palanques estão no nosso campo político. O governador Jaques Wagner é militante do meu partido. O Geddel foi ministro do governo Lula. Não estamos em palanques opostos. Fico feliz de ter, na Bahia, dois palanques. Subirei nos dois.” No entanto, a disputa aqui na Bahia está polarizada. A petista terá o apoio de uma coligação de sete partidos – PT, PCdoB, PSB, PDT, PP, PRB e PSL – que apoia, na sua totalidade, o seu nome para governar o País. O peemedebista Geddel é apoiado por 12 legendas, mas seis delas – PPS, PTB, PRP, PTC, PRTB e PtdoB – farão campanha para José Serra, o candidato do PSDB à presidência e principal adversário de Dilma na disputa pela sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em um manifesto intitulado “Brasil é Serra com o axé da Bahia”, esses partidos explicam porque apoiam o tucano: “O brasileiro às vésperas das eleições 2010 sabe que é preciso mudar a maneira de governar o País. O Brasil hoje é dos governantes que não respeitam as leis, inclusive a legislação eleitoral. É uma nação extremamente afetada pela violência urbana e rural e com a incapacidade dos atuais governantes de colocar a economia e a realidade social em sintonia com a preservação do meio ambiente, incorporando estas variáveis efetivamente no processo de desenvolvimento nacional. É preciso avançar além das conquistas econômicas!”

Hilária mesmo é a charge do grande cartunista mineiro Cau Gomez, nessa mesma edição do jornal A Tarde. Nela, ele mostra Dilma dando um pedaço de bolo de festa, com uma estrela do PT no alto, a Wagner, e Geddel, como uma criança marota, com um boné do PMDB, metendo o dedo no bolo!

Mas o que mais me animou, nessa edição do jornal, foi o texto da Aninha Franco, “Entre a Copa e o copo”, publicado na revista Muito, que vem encartada no jornal, sempre aos domingos. Cito os trechos que mais gostei: “[...] A imprensa fala mal dos marqueteiros, mas é preciso nervos de aço pra eleger essa turma ciente de que os produtos eleitos vão gerir cidades, estados, o País. Nós, apenas eleitores, estamos na síndrome do nos dê motivo. Ninguém fala de educação com convicção. Educação é o princípio básico da sobrevivência de uma nação. Educação é autolimpante como as geladeiras bacanas. Resolveu educação? Resolveu saúde, segurança, planejamento e cultura. O governo de Lula diz que fez, muito, e que fará, mais. A oposição de Serra diz que fez, muito, quando FHC foi governo, e que fará, mais, se o PSDB voltar.”

Até o momento em que comecei a produzir esse texto, 27 de junho, havia publicado vinte textos no site www.webartigos.com, sobre vários assuntos e temas. Mas o mais comentado foi “Porque não votar em José Serra”, publicado no dia 9 de fevereiro. Esse texto recebeu quatorze comentários, sendo sete favoráveis, um em que a pessoa disse não gostar de nenhum dos dois candidatos ( no caso Dilma e Serra) e seis contrários. Vale a pena aqui trazer trechos de alguns desses comentários. O Lázaro Justo, concordando com o meu texto diz querealmente, os brasileiros não podem olvidar o longo passado político, nem deixar de considerar os avanços, mesmo que tímidos, desses últimos oito anos de governo da situação. Obviamente que muita coisa precisa mudar e muito precisa ainda ser feito, mas, se compararmos, sabiamente, o governo atual com o anterior, só nos omitiremos em dizer que atualmente estamos melhor, se estivermos chafurdados na lástima do preconceito político. A burguesia teve muito tempo para governar e mudar, mas não soube aproveitar; então, deixe o povo governar!

Voltando ao texto da Aninha Franco, que tenta explicar a nossa síndrome do nos dê motivo, diz que “as ruas cenografam espetáculos diferentes, apinhadas de sem teto, de sem tato, de sem tutu, de sem tutano, animais irracionais nascidos, como nós, bípedes, mamíferos, irracionalizados por omissões governamentais sucessivas e intermitentes. No Brasil Colônia, era assim. No Brasil Império, era assim. Na República velha, era assim. Há quatro Copas e 16 são joões é assim.”

Outro comentário ao meu texto, agora contrário, foi de alguém que se intitulou “Mais inteligente que Lula”, ao lembrar dos “mensalões, mentiras, manipulações e ajuda a ditadores” do atual governo. Logo depois veio o comentário do Danilo Albuquerque, refutando esse comentário com essas palavras: “Você pode argumentar que o Mensalão foi um escândalo de corrupção que marcou negativamente o governo Lula. Eu também acho. Só que no governo FHC, foram 45 escândalos, o que dá uma média de um a cada três meses, dos quais os principais foram o da máfia dos sanguessugas, o escândalo das ambulâncias superfaturadas, o escândalo das privatizações, o escândalo do Dossiê Caimã, o escândalo do Banco Mafra, a farra do Proer e o caso Sivan”.

Enfim, para não nos alongarmos demais, dentro da proposta desse texto, fiquemos com as palavras finais da Aninha Franco, que no seu texto explica porque há quatro copas e 16 são joões a coisa não muda: “Em 1986, na conquista da democracia. Em 1989, quando Sarney se foi, depois de nos infestar com 40% de inflação mensal. Em 1992, quando Collor saiu, por corrupção generalizada. Em 1994, quando FHC chegou. Em 2002, quando Lula conseguiu. Ninguém altera a cenografia de crianças, mulheres e homens jovens nas ruas como lixo, contradizendo o PIB de 9%. Serra, Dilma, Silvas, Otto, Wagner, Geddel, Souto, Bassuma, Temer, Sarney, Collor... Nos deem motivo!”

Precisa dizer ou escrever mais alguma coisa?

REFERÊNCIAS

Jornal A Tarde, nº 33.317, 27 de junho de 2010.

Muito – Revista semanal do Grupo A Tarde, #117, 27 de junho de 2010.

Site www.webartigos.com (comentários ao texto “PORQUE NÃO VOTAR EM JOSÉ SERRA – ELEIÇÕES 2010”)

(Márcio Melo, um cidadão que vai morrer tentando entender a política brasileira!)

Nenhum comentário: