quarta-feira, 13 de maio de 2009

PSDB nacional adota cautela na defesa de Yeda

13 de maio de 2009
Governadora fará hoje um périplo por Brasília

Ao circular por Brasília, hoje, a governadora Yeda Crusius espera angariar apoio do PSDB para rebater novas denúncias sobre irregularidades na campanha eleitoral. A direção nacional do partido, porém, reluta em fazer uma defesa incondicional do governo gaúcho.

– Nós estamos solidários e temos confiança nela, mas a tarefa da defesa é da governadora e de seus auxiliares. Nós não estamos sendo acusados. Não estamos sendo vitimados com nenhum tipo de denúncia – disse ontem o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Yeda tomará o café da manhã com líderes tucanos. Guerra já conversou com a governadora por telefone na sexta-feira, mas pretende esperar pelas explicações. A mesma precaução foi registrada durante uma reunião da bancada do partido na Câmara, cujo objetivo era debater as estratégias para as eleições presidenciais do ano que vem. Aliados da governadora já identificaram um certo distanciamento do governador de São Paulo, José Serra, considerado favorito para liderar a chapa tucana na corrida ao Planalto.

Os mais aguerridos defensores da governadora junto à bancada são dois deputados ligados ao governador de Minas Gerais, Aécio Neves, adversário de Serra na disputa pela candidatura presidencial: José Aníbal (SP) e Claudio Diaz (RS). Eles articulam uma reunião de Yeda com o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), para a manhã de hoje. O objetivo é pedir rapidez na conclusão do inquérito da Polícia Civil que apura a morte do ex-assessor do governo do Estado Marcelo Cavalcante.

A governadora já havia conversado ontem com o senador Pedro Simon (PMDB) e telefonado para o gabinete da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Yeda não conseguiu marcar uma audiência com Dilma, que havia viajado para São Paulo. A Simon, ela comunicou a intenção de visitá-lo no Senado.

– Ela estava tensa. Depois do telefonema, pedi ao Ministério Público Federal que diga se afinal existe alguma fita com essas denúncias. O Rio Grande não pode ficar vivendo esse clima – disse Simon.

Hoje à tarde, Yeda começa a organizar um contra-ataque jurídico. Ela irá se reunir com um dos mais famosos advogados de Brasília, o gaúcho Eduardo Ferrão. Pretende discutir a possibilidade de acionar judicialmente a empresária Magda Koenigkan, viúva de Cavalcante, e integrantes do PSOL, autores das denúncias de caixa 2 na campanha tucana ao Piratini.

A contratação de Ferrão foi sugerida pela executiva nacional do PSDB. Para a cúpula da legenda, até agora Yeda não demonstrou contundência ao rebater as acusações. No entendimento dos dirigentes, a falta de firmeza estaria alimentando o surgimento de novas suspeitas.

– Ela precisa ir para o enfrentamento. Não basta apenas negar eventuais irregularidades – comenta um parlamentar tucano.

A governadora deverá se encontrar ainda com a bancada do PSDB no Congresso.

*Colaborou Rodrigo Orengo

fabio.schaffner@gruporbs.com.brFÁBIO SCHAFFNER* Brasília

Extraído de: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2508499.xml&template=3898.dwt&edition=12300&section=1007

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