01/05/2009 - 09h20
CIRILO JUNIOR
da Folha Online, no Rio
O país inicia nesta sexta-feira a exploração no campo de Tupi, na camada pré-sal da bacia de Santos, com a partida no TLD (Teste de Longa Duração). Na definição do presidente da estatal, José Sergio Gabrielli, começa uma nova era na extração de petróleo no país. O início, porém, é um pouco frustrante, já que ocorre sem o novo marco regulatório do setor definido.
A cerimônia que marcará o início da extração de petróleo em Tupi contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além dos principais ministros do governo, como Dilma Rousseff (Casa Civil).
Com o cancelamento da etapa em alto-mar em razão do mau tempo, a primeira extração de petróleo do pré-sal no campo de Tupi será celebrada por Lula e por Dilma em cerimônia na Marina da Glória, no Rio. Gabrielli e Edison Lobão (Minas e Energia) vão à plataforma de helicóptero. Lá, pegarão amostra do óleo, que será levada a Lula.
Apesar de a exploração no pré-sal ter começado oficialmente em setembro, no Espírito Santo, é na bacia de Santos onde se encontram as maiores perspectivas de produção na nova fronteira exploratória.
Tupi não foi o bloco pioneiro em termos de descoberta no pré-sal, mas foi nele onde a Petrobras teve a primeira confirmação a respeito de gigantescas reservas de petróleo e gás. Tupi tem entre 5 bilhões e 8 bilhões de barris de petróleo e gás estimados em reservas, praticamente metade das atuais reservas brasileiras, que beiram os 14 bilhões de petróleo e gás.
"Esperamos obter informações que nos oriente e nos ajuste no programa de desenvolvimento. O TLD permitirá o maior conhecimento dos poços no pré-sal, o que será fundamental para a otimização dos custos de exploração", explicou Gabrielli.
O TLD permitirá uma produção de até 30 mil barris/dia e vai durar até o final do ano que vem. Em dezembro de 2010, está previsto o início do projeto-piloto, que elevará a produção para 100 mil barris/dia. A expectativa da estatal é que nos próximos 12 anos, a camada pré-sal será responsável por uma adição de 1 milhão de barris/dia de petróleo. Em 18 anos, a produção na camada ultra profunda adicionará 1,8 milhão de barris/dia à produção nacional.
"Esse teste inicia uma nova era, representa uma mudança significativa na condição de produção e exploração de petróleo", observou Gabrielli.
A camada pré-sal tem cerca de 800 quilômetros de extensão, e se estende entre os Estados do Espírito Santo e de Santa Catarina. A perspectiva é que o Brasil se torne um dos dez maiores produtores do mundo com o pré-sal, sendo, inclusive, um exportador de óleo.
Extraído de: http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u558867.shtml
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