quarta-feira, 18 de março de 2009

Maioria das mulheres na política brasileira está no Nordeste

Grandes centros impõem as maiores dificuldades para a eleição de parlamentares do sexo feminino

17.03.2009 - 18:30

Redação

Contas Abertas*

Cerca de 74% das cidades onde as mulheres são a maioria nas Câmaras Municipais estão localizadas na região Nordeste. Em uma lista com 23 municípios em que as mulheres se elegeram em maior quantidade que os homens nas eleições de 2004, apenas seis não estão no Nordeste.

As mulheres atingiram a maioria na Câmara Municipal em apenas um município nas regiões Sudeste e Centro-Oeste. Na região Sul não houve sequer um município em que as mulheres superaram o número de homens eleitos.

As mulheres têm mais dificuldade de se eleger nos grandes centros do que em municípios de menor porte. Prova disso é o fato de que a maior cidade em que as mulheres foram a maioria é o município de Barreiras, na Bahia. A cidade tem um eleitorado de 72 mil pessoas e elegeu seis vereadores contra cinco vereadores eleitos em 2004.

Por outro lado, São Paulo elegeu 89% de homens para a Câmara Municipal e apenas seis vereadoras, o que corresponde a 11% de mulheres do total de 55 cadeiras da Câmara Municipal.

Em três cidades brasileiras as mulheres compõem 80% das casas legislativas. São elas Pedro do Rosário e Urbano Santos, no Maranhão, e Montanhas, no Rio Grande do Norte.

As informações constam do estudo “Mulheres Sem Espaço no Poder”, do professor José Eustáquio Diniz, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, divulgado hoje no Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada).

Segundo o pesquisador José Eustáquio Diniz, existe uma distorção na representação política parlamentar de gênero no Brasil. O percentual de mulheres candidatas é um dos fatores mais decisivos para reduzir o desequilíbrio de representação entre os sexos nas Câmaras Municipais.

Aperfeiçoar a legislação eleitoral, na opinião do pesquisador, é fundamental para combater a exclusão das mulheres na política e para se alcançar um equilíbrio. “Não existe motivo e nem é aceitável a sub-representação feminina no Poder Legislativo, já que as mulheres são maioria da população”, afirma.

* Trecho de matéria de Amanda Costa, do Contas Abertas - leia a íntegra aqui.

Extraído de: http://cidadebiz.oi.com.br/paginas/47001_48000/47623-1.html

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