Durante muito tempo se ouviu expressões tais como: Quem se junta com porcos, farelo come. Diz-me com quem andas que eu te direi quem és. O homem é produto do meio. Hoje esta ultima expressão se modifica para: O homem é produto da mídia. É brutal a transformação que sofrem as pessoas diante das realidades que se lhes apresentam através dos meios de comunicação. O que nos causa espanto em tudo isto é a facilidade com que os indivíduos se adaptam à sociedade e ao domínio social de forma espontânea. A produção, a distribuição de mercadorias, o trabalho e os apelos da sociedade (mídia) invadiram a psique do indivíduo, mudando totalmente a sua forma de pensar, fazendo-os parecer outras pessoas. A racionalidade técnica da comunicação atingiu todos os setores da vida social, tornando os controles tecnológicos, a própria personificação da razão e eliminando, com isso, o pensamento e pior do que isso, impedindo de qualquer tentativa de ruptura. O aparato midiatico se impõem ao sistema social como um todo. Os consumidores, prisioneiros do capital, prendem-se agradavelmente aos produtos e às formas de bem estar social. Dessa forma, o indivíduo autônomo desapareceu. A subjetividade foi destruída pelos controles tecnológicos da mídia. .
Enquanto isto os meios de comunicação controlam as faculdades racionais e emocionais voltando-as para o seu mercado, razão de suas existências. Com isso, uma vez invadida a dimensão interior do homem, o poder crítico da razão se submete às formas de domínio social prevalecentes. A razão perde seu caráter de impessoalidade como se não mais existisse e por isso se torna escrava dos fatos. O professor constata isso todos os dias em sala de aula. Senão vejamos: enquanto na sala o professor se esforça para produzir médicos, advogados, engenheiros e outros profissionais transformadores, tangidos pelo imediatismo e pelas aparentes vantagens oferecidas, milhares de jovens estão mais voltados para as luzes dos holofotes (modelo fotográfico, dançarinos, esportistas e etc.). Não que sejamos contra esses profissionais, dos quais necessitamos, mas pelo simples fato que a gloria é efêmera, pois a única que persiste é aquela que conquistamos sobre a nossa própria ignorância.
Segundo Horkheimer “a autonomia do homem enquanto indivíduo, a sua capacidade de opor resistência ao crescente mecanismo de manipulação da massa, o seu poder de imaginação e o seu juízo independente sofreram aparentemente uma redução. O avanço dos recursos técnicos de informação se acompanha de um processo de desumanização. Assim, o progresso ameaça anular o que se supõe ser o seu próprio objetivo: a idéia do homem” (HORKHEIMER, 1976, p.06). Como que subjugado e impotente parece ocorrer uma paralisação das faculdades humanas e uma atrofia da imaginação. É mister que tenhamos não o homem como produto do meio, mas como agente transformador desse meio para um meio melhor.
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