BNDES estuda empréstimo de até US$ 700 milhões para Aerolíneas Argentina

20/03/09 - 13h08 - Atualizado em 20/03/09 - 13h21
Intenção é que estatal argentina compre aviões da Embraer.Para ocorrer, transação teria de ter garantias, diz presidente do BNDES.
Maria Angélica Oliveira Do G1, em São Paulo

saiba mais
TRT mantém demissões da Embraer e determina pagamento de indenização
BNDES financiará compras de aeronaves da Embraer, diz Coutinho
Sem acordo, demissões na Embraer vão a julgamento na quarta-feira
BNDES e BID assinam acordo de US$ 1 bilhão para crédito a empresas
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou nesta sexta-feira (20) que o banco analisa conceder um empréstimo entre US$ 600 milhões e US$ 700 milhões para as Aerolíneas Argentinas, companhia aérea argentina que foi reestatizada no ano passado.

Ele participou de um encontro entre empresários brasileiros e argentinos na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).Coutinho disse que, para que o empréstimo seja feito, serão necessárias garantias e que a transação seja feita pelo Convênio de Créditos e Pagamentos Recíprocos (CCR) - órgão que gerencia transações internacionais. "Como a situação das Aerolíneas é uma situação difícil, esse crédito tem que ter a devida garantia para que ele tenha segurança (...) O CCR é um mecanismo precioso para permitir que os créditos entre nós sejam garantidos, isso nos permitiria condições para uma operação como essa", afirmou. Segundo ele, ainda se trata de uma "consulta e está sendo examinada". O presidente do BNDES disse ainda que o empréstimo pode beneficiar a companhia brasileira Embraer, afetada pela crise financeira internacional, pois com o montante do empréstimo a Aerolíneas poderia adquirir aeronaves brasileiras. Questionado sobre como o financiamento se relacionaria à Embraer, Coutinho respondeu: "Sempre que nós financiamos o comprador das aeronaves de uma empresa, não estamos financiando a empresa, estamos financiando o comprador, estamos gerando demanda, para que a empresa tenha melhores condições de manutenção e expansão de seus empregos." A Embraer demitiu recentemente 4,2 mil funcionários em razão da queda da demanda por aviões. A decisão foi parar na Justiça e, nessa semana, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) decidiu pelas demissões, mas estipulou indenizações aos trabalhadores.

Leia mais notícias de Economia e Negócios