sexta-feira, 20 de junho de 2008

PF investiga deputados por três crimes na Operação João de Barro

Polícia vasculhou gabinetes de João Magalhães (PMDB-MG) e Ademir Camilo (PDT-MG).Parlamentares podem ser denunciados pela Procuradoria Geral da República.

Eduardo Bresciani Do G1, em Brasília

O superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, David Salem, afirmou nesta sexta-feira (20) que os deputados João Magalhães (PMDB-MG) e Ademir Camilo (PDT-MG) estão sendo investigados na Operação João de Barro por corrupção passiva, concussão e tráfico de influência.

A operação da PF investiga um esquema de fraudes desvio de verbas de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para construção de casas populares. A PF cumpriu mandados de busca e apreensão no gabinete deles nesta sexta-feira. Salem explicou que não foi pedida a prisão dos parlamentares porque não seria possível fazer prisão em flagrante de ambos.

O G1 tenta desde a manhã desta sexta contato com os deputados ou seus assessores, mas ninguém foi encontrado para comentar a ação da PF. Os celulares dos parlamentares e seus assessores estão desligados.

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Segundo o superintendente da PF, “a busca foi feita para encontrar mais elementos, para poder amanhã, de forma mais firme, levar a uma ação penal e a Procuradoria Geral da República poder fazer a denúncia”.
Salem afirmou que os envolvidos no esquema realizavam ótimos projetos, mas faziam execuções mal-feitas para dividir parte dos recursos. “Verificou-se que o baixo padrão das obras estava se traduzindo em desvio de verbas públicas”, afirmou. Um dos braços da quadrilha atuava com a execução de emendas parlamentares e o outro por meio de empréstimos de bancos públicos. A investigação do esquema pela PF começou no início de 2006 após o Tribunal de Contas da União (TCU) ter encontrado irregularidades em obras em 29 cidades de Minas Gerais. No final, a PF descobriu que o esquema atua em 119 municípios mineiros. Até as 13 horas, 26 dos 38 mandados de prisão já haviam sido cumpridos. Foram expedidos também 231 mandados de busca em sete estados e no Distrito Federal. Além de parlamentares, estariam envolvidos no esquema prefeitos, funcionário públicos e empresários.De acordo com Salem, as investigações continuam. Nesta segunda fase serão abertos 200 inquéritos, um para cada projeto suspeito. As obras que estão sob suspeita de irregularidades têm orçamento de R$ 700 milhões. Entre as obras, algumas fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).


Sem foco político
O ministro da Justiça, Tarso Genro, negou que a operação da Polícia Federal tenha motivação política. “Quero deixar claro que todas as buscas e mandados de prisão não têm nenhuma destinação a alguma região específica ou mira qualquer facção política. O governo quer reafirmar que operações são normais e vão continuar, porque queremos combater a corrupção”, disse o ministro.

P. S. No ultimo paragrafo, onde o ministro diz que as buscas nao têm destinaçao a alguma regiao especifica ou mira qualquer facçao politica, eu tenho impressao que ele queria dizer facçao criminosa.

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